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  Dom Bosco disse: "O que somos é presente de Deus; no que nos transformamos é o nosso presente a Ele"

12 de ago. de 2011

Série textos: Dom Bosco


Dom Bosco nasceu aos 16 de agosto de 1815 nos Becchi, um agrupamento de casas do distrito de Murialdo, no município de Castelnuovo d'Asti (que hoje se chama Castelnuovo Dom Bosco), diocese de Turim. Pobre o lugar, mais pobre a casa. Mas entre aquelas colinas de suave declive e o verde daquela paisagem tão tranquila, naquela aldeia, durante o século passado, floriram vigorosamente homens insignes e santos: Cafasso, Bertagna, Rossi, Cagliero para não falar senão dos mais conhecidos.

Dom Bosco teve um temperamento muito forte, índole boa, coração terno e sensível, mente aberta e prontíssima e uma memória que com o tempo se revelou extraordinária: era um rapaz verdadeiramente bem dotado. Mas o sentido prático das coisas, a atitude bonachona e ponderada de piemontês, a confiança no futuro, e um pouco o humor alegre - que fica tão bem até nos santos - tudo isso, creio eu, aprendeu-o de sua mãe, Margarida Occhiena. Mulher admirável, ela demonstrou em sua simplicidade de roceira um bom senso enorme e uma virtude muito grande. Sustentou com o sacrifício de si e de todas as suas coisas e com o afeto materno os primeiros passos do filho na penosa carreira da caridade.

Tendo ficado viúva aos vinte e sete anos, em 1817, teve que manter, sozinha, com seu trabalho, a velha sogra, o enteado António e dois filhos que tivera: José e o nosso João. Pessoa sadia e robusta, dona-de-casa diligente e sábia, deu conta de tudo e infundiu em seus órfãos a piedade profunda, a fé indefectível; o amor ao trabalho e ao dever, a compreensão pelas necessidades do próximo, uma vez que, pobre como era, foi mulher de grande caridade.

E se quiséssemos mesmo buscar em João Bosco o que a hereditariedade lhe pode ter conferido, direi que seu pai Francisco e a avó Madalena foram santas pessoas, daquele tipo antigo que ainda se conserva em nossos campos e que talvez fosse menos raro naqueles tempos. o menino cresceu com simplicidade, em meio à pobreza, temperado para uma vida rude, feita de sobriedade e de fadiga.


Uma das primeiras dificuldades foi a escola. Nos Becchi não havia nem sinal dela e era necessário fazer uma longa caminhada até as aldeias mais próximas por trilhos em meio ao campo, até encontrar alguém que quisesse ensinar pelo menos os primeiros elementos. Assim corria até Capriglio, terra natal de sua mãe.

Seu sonho aos nove anos foi sinal e o germe do seu futuro.


Aconselhado pelo padre José Cafasso entrou no Seminário de Chieri em outubro de 1835 e dele saiu, padre, em junho de 1841.


Logo em seguida Dom Bosco recebe bons convites para trabalhos pastorais. Mas se Dom Bosco é padre, isto é obra do Pe. Cafasso. A perseverança em seu propósito, a vitória sobre as hesitações, o estudo dos elementos nos quais surge e triunfa a ideia de dedicar-se à juventude abandonada assistindo-a nos dias de festa, é tudo do Pe. Cafasso. E este persuadiu Dom Bosco a entrar no florescente Colégio Eclesiástico de S. Francisco de Assis, que era uma verdadeira bênção para o clero de Turim.


Este colégio oferecia oportunidade para reforçar os estudos religiosos enquanto, encaminhando os primeiros passos do novo padre. Este tinha também ocasião de estudar os elementos primeiros de seu ministério, frequentando hospitais e prisões, centros de recuperação de moças e estabelecimentos de reclusão, oficinas e sótãos. Com isso ele foi o apóstolo das confissões atendendo com bondade jovens, doentes e prisioneiros. Os necessitados de um amigo.

Dom Bosco morou lá três anos e o seu objetivo ficou sendo libertar o jovem do mal.


Continuação no próximo....


[Esta matéria foi tirada de Caviglia Alberto, Dm Bosco, visão histórica, São Paulo, Editora Salesiana, 1987 – Morand Wirth, De Dom Bosco aos nossos dias, Roma, LAS, 2000 – pelo padre Narciso Ferreira, salesiano, hoje diretor do Aspirantado Salesiano em Pindamonhangaba].


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